segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Belo e a Fera

O Belo e a Fera

A estória infantil “A Bela e a Fera” narra diversidade de dois sujeitos que por questões distintas se apresenta opostas ao seu estereótipo.
A Bela uma jovem aparentemente frágil e sensível, busca suas realizações e sonhos através dos livros.
A Fera era um príncipe que por um feitiço foi transformado num ser amedrontador com suas peculiaridades de fera, agressivo e racionalmente incontido.
Essa estória infantil pode ser comparada e transferida para nós, em pleno século XXI, e aqui não me refiro a estética, mas em como o ser humano se apresenta diante do cotidiano e como lida com suas fragilidades.
A Bela ao se mostrar frágil e sensível, pode demonstrar sua coragem, determinação e garra para livrar o pai do domínio da fera e mais encarou cada desafio diante das circunstancias.
A Fera que por sua vez se mostrava agressivo e arrebatador, precisou assumir essa postura para esconder seus medos e carência.
É possível perceber que os dois personagens têm suas fragilidades. Ambos se posicionam de acordo com a necessidade apresentada no cotidiano, mas nas duas situações existe a dificuldade e o pré- julgamento. Muitas vezes o ser humano não consegue lidar com essa situação.
Algumas vezes as pessoas por demonstrar sua sensibilidade são taxadas de fracas e incapazes e ao se mostrar agressiva é julgada e condenada por suas atitudes. Poder perceber toda essa fragilidade e aceitá-la sem cobrança e exigências é o primeiro passo para resgatar a auto-estima e dessa maneira a qualidade de vida.
Com a correria diária, o tempo se restringe em resolver problemas e vencer obstáculos, não há tempo para pensar em si e menos ainda no próximo como ser completo em sua essência e fragilidades.
A fuga é uma constante, a dor da alma é ignorada. não a vemos e ao senti-la desviamos o foco, fingimos ser imbatível diante de todo sofrimento, pois não é permitido se reconhecer carente, frágil e inseguro num mundo onde o que importa são as aparências, o narcisismo impera e nos coloca num ciclo vicioso, onde o que importa não é mais o que sou e sim o que tenho.
A vida está para ser vivida com significado, onde os afetos e emoções são permitidos e a insegurança e o medo fazem parte da nossa essência.
O belo é viver e admitir viver a vida com todas as fragilidades e rupturas emocionais e administrar esses conflitos da melhor maneira possível, não mais como fantasma, se escondendo nas sombras. viver apenas sendo, pois ter é conseqüência da liberdade da alma em sua essência.
E ser fera é admitir suas fraquezas e prosseguir, pois maior é a riqueza da alma do que a franqueza na solidão.